A cantora brasileira Dona Onete ocupou a sala principal do Theatro Circo, em Braga, para apresentar o seu mais recente álbum, “Banzeiro”, na passada quarta-feira.
A sala não estava cheia e a plateia foi, segundo Dona Onete, “bem-comportada”. A cantora brasileira, que trouxe os ritmos do Pará a Braga, fez saber que cantava para os “irmãos” do Brasil. Consigo trouxe o guitarrista Pio Lobato, Vovô na bateria e Breno de Sousa no contrabaixo.
A voz rouca de Dona Onete fez vibrar com “Coração Brechó”. A marca de uma escrita sensual estava lá. Onete, com os seus 77 anos, voltou a deixar o seu “carimbó chamegado” no segundo álbum de carreira. “Quando eu te conheci” e “Proposta indecente” foram os temas que se ouviram antes de a cantora paraense falar ao público.
Foi a primeira vez que Onete pisou o palco do Theatro Circo. Disse sentir-se “lisonjeada” e introduziu “Tipiti”. Sem demoras, a banda passou para “No sabor do beijo”, uma música que, segundo a vocalista, “é coisa de negro”, devido à semelhança que o ritmo mantém com as músicas cantadas pelos negros escravos que trabalhavam nas lavouras de cana do Pará.
A musa da nova geração da música paraense deu a conheceu “Banzeiro” entre uma chuva de palmas. Antes de lançar “Queimoso tremoso”, a vocalista avisou que “o swing vocês vão adorar”. O tema fez Dona Onete deixar a cadeira e dar uns passos de dança.
Depois de “Moreno Morenado”, a cantora confessou que estava “admirada”. “Todo o mundo comportadinho. Estão se contendo, né?”, acrescentou. Talvez tenham sido estas as palavras que motivaram um espectador a invadir o palco para dançar em frente à plateia ao som de “Jamburana”, do álbum Feitiço Caboclo.
A última música foi escolhida pelo público. Pediram “Meu louco desejo”. O concerto acabou com a plateia em pé e em coro.
