O “Gangue de Guimarães” 5 anos depois

No passado dia 21 de janeiro assinalaram-se os 5 anos do arranque da Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura. 5 anos de um espetáculo marcante e carregado de simbolismo.

A história do nascimento do país, num renovado Toural – onde nos lembramos sempre que “Aqui Nasceu Portugal”-, com o envolvimento de vimaranenses como público e parte ativa, e com inovação à mistura no espetáculo criado pelos catalães La Fura Dels Baus.

História, memória, criação, inovação e envolvimento. Marcas simbólicas deste espetáculo. Marcas do evento Capital da Cultural, mas essencialmente marcas de uma Cidade que nunca mais foi a mesma.

Guimarães foi a terceira cidade portuguesa a receber uma Capital Europeia da Cultura. E passados 5 anos consolidou a sua posição de terceira cidade mais importante do país no panorama cultural.

Guimarães é hoje uma cidade, no sentido mais amplo do termo cidade, que envolve todo o território, as suas gentes e os seus hábitos, de maior dimensão física e cívica.

Se por um lado reforçou a sua rede de equipamentos de forma visível, criou também um ambiente de modernidade, criação e inovação que se refletem não só na vida cultural da cidade, como em outras dimensões como a indústria, a investigação ou oferta turística.

5 anos volvidos daquele momento, é em notícias como a apresentação de João Pedro Vaz como novo programador do Teatro Oficina, que continuo a encontrar de forma clara os mesmos valores de 2012 espelhados.

A intenção de juntar o concelho em torno do projeto Teatro Oficina, de tornar os vimaranenses parte mais ativa deste processo, a vontade de envolver as companhias de teatro amador e as residências artísticas como forma de evolução dos produtores de teatro vimaranenses.

Juntar “O Gangue de Guimarães” em torno do projeto do Teatro Oficina é um modelo a replicar pelas outras artes e sectores da cultura. Que aliás se enquadra com a lógica do Westway Lab, por exemplo, na música, já preconizado pela Oficina.

Para o final do ano, está ainda reservado um novo momento carregado de simbolismo no que toca ao caminho a seguir: o Auto das Máscaras juntará no edifício da Plataforma das Artes, marca física maior de 2012, a obra de José de Guimarães com o Grupo Outra Voz, também ele resultante desse ano que mudou a Cidade.

Celebrar 5 anos da CEC 2012 é lembrar todos os dias que o evento veio para ficar. Começou a 21 de janeiro de 2012, mas ainda não terminou.