Um roteiro verde por Braga

© Paulo Loureiro

© Paulo Loureiro

Em jeito de passeio fomos à procura de algumas opções para ler um livro ao som dos passarinhos que povoam os céus de Braga e ficámos muito surpreendidos com a quantidade e a qualidade das opções.

Era Domingo e começámos o nosso dia pelos Jardins do Museu dos Biscaínhos, um espaço monumental encravado no centro de Braga, a meio caminho entre o Campo da Vinha e a Estação de Caminhos de Ferro. Aos Domingos a entrada para o museu e para os jardins é gratuita, mas é possível entrar sem pagar nos jardins noutros dias da semana, mediante informação a obter junto do próprio Museu (quando se paga, os preços da visita variam entre os 0.80€ e os 2€). Tanto o palácio como os jardins barrocos serviram de habitação a uma família nobre (condes de Bertiandos) durante cerca de três século. O espaço permite sentir a natureza sem sair do centro de Braga e é o local indicado para desfrutar de um bom livro.

Saímos dos Biscaínhos em direcção à parte alta da cidade. Pelo caminho, houve tempo para trocar uns olhares enamorados no Jardim de Santa Bárbara, um micro-jardim, encostado à parte medieval do antigo Palácio Arquiepiscopal que alberga, por agora, a Biblioteca Pública de Braga, o Arquivo Distrital e a Reitoria da Universidade do Minho. Por ali pode-se namorar, beber um café ou ler um jornal, assim o permitam a correria que se sente das lojas que se implantaram em redor do Jardim.

Chegámos finalmente à Avenida Central, a sala de visitas da cidade. Percorrendo o chão granítico e deixando a Arcada para trás, encontramos um enorme relvado coberto de tílias que lhe dão uma frescura reconfortante durante todo o Verão. Aqui é possível sentarmo-nos na relva (ainda havemos de perceber um dia os motivos da aversão dos portugueses às mantas na relva pública) enquanto folheamos um jornal ou lemos um livro. E, quem não trouxe livro, tem mesmo ali ao lado vários quiosques para a literatura mais leve ou a Centésima Página para uma leitura mais profunda.

Depois do almoço, e sem sair da Avenida Central, podemos visitar os Jardins do Museu Nogueira da Silva. É possível que seja cobrado um ingresso (que varia em 1 e 2€), mas também há períodos em que o jardim é visitável de forma gratuita. Aqui tem-se a tranquilidade que falta nas praças públicas e é possível ler, ouvir música ou estudar com o céu a servir de tecto.

Descemos a Avenida da Liberdade para o histórico e renovado Parque da Ponte. Entre o terreiro da ponte e as camélias, há um vasto parque da cidade com um Estádio-monumento, piscinas e parque de exposições. Pelo meio, um relvado onde se pode fazer um piquenique, descansar um pouco, ler um jornal ou desfrutar um livro. Nos intervalos é sempre possível dar um passeio pelas margens do Lago. Já houve um tempo em que poderíamos ira daqui no eléctrico até ao pulmão da cidade, mas agora só lá chegamos de carro ou recorrendo às carreiras da TUB.

O Bom Jesus de Braga, situa-se nos montes sagrados que são um pulmão vivo e circundam o sudeste da cidade de Braga, criando uma barreira visual extremamente agradável. No Bom Jesus há um pouco de tudo o que temos nos outros lados: a monumentalidade, a água, os jardins e a mata. É possível vir aqui passear, mas também é possível encontrar a tranquilidade necessária para folhear um livro ou estudar mais atentamente. A subida até ao Parque do Bom Jesus pode fazer-se a pé ou de elevador, mas não há Verão que dispense uma tarde no descanso etéreo deste espaço candidato a Património da Humanidade.

E assim terminamos a nossa visita por alguns dos espaços verdes da cidade. Lugares que, a partir do próximo Verão, terão a companhia do Monte do Picoto, bem sobranceiro à cidade. Há outras sugestões? Há mais verde junto às nossas portas? Registem-se e deixem-nos as vossas ideias e sugestões.