A estreia de Russell Maliphant em Portugal é no Guidance

"Speak low if you speak love”, de Wim Vandekeybu - Fotografia: Danny Willems

“Speak low if you speak love”, de Wim Vandekeybu – Fotografia: Danny Willems

A estreia em Portugal do coreógrafo britânico Russell Maliphant é um dos destaque da programação da sétima edição do Guidance, o festival de dança contemporânea de Guimarães, que foi apresentado esta quinta-feira. De 2 a 11 de Fevereiro, a cidade volta a receber alguns dos principais nomes nacionais e internacionais da dança, num total de nove espetáculos. Além de Maliphant, destaque para o regresso de Wim Vandekeybus, que encerrará o festival, e Tânia Carvalho, uma das principais criadoras da actualidade em Portugal.

 

O arranque da sétima edição do Guidance está marcado para 2 de fevereiro, às 21h30, no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) com a estreia nacional de “Conceal/Reveal”, espetáculo que celebra duas décadas de colaboração entre o conceituado coreógrafo Russell Maliphant e o pioneiro designer de luz Michael Hulls, que juntos têm criado uma linguagem única entre luz e movimento.

Na noite seguinte, à mesma hora, no Pequeno Auditório do CCVF, o festival recebe a mais recente co-criação de João dos Santos Martins e Cyriaque Villemaux, “Autointitulado”, uma peça que estilhaça um conjunto de referências e memórias da dança.

No dia 4, às 18h30, desta vez na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade, a dupla Jonas & Lander estreia no Guidance “Adorabilis”, uma criação que se serve da riqueza da biodiversidade cultural e natural para criar uma dança-labiríntica. À noite, no mesmo dia, no Grande Auditório do CCVF, Tânia Carvalho apresenta, em estreia absoluta , a sua mais recente peça, “Captado pela Intuição”, um solo que se situa entre o abstracionismo lírico e o figurativismo.

Coreógrafa em destaque nesta edição, Tânia Carvalho retorna ao Guidance no dia 8, às 21h30, agora na Black Box da Plataforma das Artes e da Criatividade, com a remontagem de “De Mim Não Posso Fugir, Paciência!” (2008), um espetáculo que explora a relação de interdependência entre a música e a dança.

A 9 de fevereiro, no Grande Auditório do CCVF, Luís Guerra apresenta “A Tundra”. Depois das incursões anteriores, que também envolvem natureza, Luís Guerra explora esta zona inóspita em que o belo “se desenha por entre ventos fortíssimos”. Nova estreia nacional no dia seguinte, agora pelas mãos de Jefta van Dinther e Thiago Granato. Às 21h30, a dupla traz ao Pequeno Auditório do CCVF “This is Concrete”, uma coreografia que se aventura na encenação de algo íntimo em que o público é desafiado a embrenhar-se no espetáculo, como quem se suspende no tempo.

O Guidance encerra a sua sétima edição no dia 11 de fevereiro novamente com uma dose dupla de espetáculos. Às 18h30, na Plataforma das Artes e da Criatividade, o palco pertence a Ana Jezabel e António Torres, que apresentam no festival a estreia absoluta de “A importância de ser (des)necessário”, peça que reflete sobre as várias “mortes” por que vamos passando ao longo da vida. Às 21h30, no Grande Auditório do CCVF, acontece a estreia nacional de “Speak low if you speak love”, de Wim Vandekeybus, espetáculo que reafirma a relação de grande cumplicidade entre o coreógrafo belga e o músico Mauro Pawlowski.

À semelhança das edições anteriores, o festival apresenta um cartaz de atividades paralelas que aproximarão público, artistas, escolas e pensadores, afirmando o GUIdance como um importante acontecimento artístico no calendário de inverno. Há masterclasses com Russell Maliphant e Nuhacet Guerra da Companhia Ultima Vez de Wim Vandekeybus, conversas pós-espetáculo,sessões para escolas e debates sobre a questão da autoria, um tema instigador que terá dois tempos e dois painéis diferentes dentro da janela do festival, moderados pela jornalista Cláudia Galhós. O meeting point do festival acontece todas as sextas e sábados, a partir de meia-noite, no Café Concerto do CCVF com direito a dj set.