O inusitado mas harmonioso parque de estacionamento do Largo da Mumadona recebeu o segundo volume das noites do Pecha Kucha Guimarães, uma edição marcada pela grande diversidade de projectos artísticos apresentados. Naquela que foi a sua primeira acção de divulgação pública, o ócio. protagonizou uma das surpresas da noite. Apostado em tornar menos efémeros os momentos que nos marcam, Cláudio Rodrigues, o menino que não subia ao púlpito desde a sua primeira comunhão, convidou todos os presentes a procurarem no reverso das respectivas cadeiras um lápis e um pedaço de papel com os quais haveriam de escrever, para depois partilhar, as ideias, emoções e desejos que o ócio. desperta em cada um. O ócio. teve assim os seus 20×20 primeiros segundos de um palco cujas luzes continuam acesas por aqui.
Mas nem só de ócio. se fez a segunda noite do Pecha Kucha Guimarães. Ao percorrer as paisagens que capta através da sua objectiva, Álvaro Domingues proporcionou uma viagem pelas incongruências e diacronias das nossas paisagens, protagonizando aquele que, para mim, foi o outro momento menos efémero da noite. Da cidade vizinha cujo nome não se podia pronunciar, vieram Adolfo Luxúria Canibal, com voz agressiva e poderosas palavras, mais uma Velha-, de quem dizem ser -a-Branca, que, entre outras coisas, da sua herança trouxe para Guimarães o Fast Forward Portugal que Luís Tarroso deu a conhecer. Ao ritmo de 20×20, ainda houve tempo, entre outras coisas, para a Marta Nunes ilustrar as gajas da sua vida, para os Like Architects apresentarem o seu percurso artístico e profissional, para os mo.ca mostrarem o cartão de que se faz mobiliário, para os Get Set Festival desfilar e para o Coronel Demóstenes Monteiro divagar sobre o seu plano de autonomização das terras de Guimarães.