Inauguração: 10 março, 15h00
A exposição Cage… propõe uma série de hipóteses a partir da perspectiva de uma nova geração – formada no século XXI mais do que no século XX – em relação ao projecto de experimentação radical do compositor Americano John Cage (1912-1992).
Construída por séries de módulos, a exposição aborda um conjunto crucial das partituras mais influentes de música indeterminada de Cage e explora o seu impacto nas primeiras estratégias compositivas pós-Cage, nos anos 1960. Surge então a questão de como este campo de experimentação radical continua a ser apreendido e transposto para o presente.
Os eventos no dia de abertura, dia 10 de março, incluem uma conferência com a co-comissária da exposição, Julia Robinson e uma performance da pianista Margaret Leng Tan.
No dia 11 conferência com Tom Hannes e performances de Alison Knowles e Taketo Shimada.
/10 março
15h conferência Julia Robinson
Julia Robinson é Professora Assistente no Departamente de História de Arte da Universidade de Nova Iorque. Foi curadora de John Cage & Experimental Art: The Anarchy of Silence uma exposição retrospectiva de Cage em que se traçou o seu impacto na arte do século XX, que inaugurou no MACBA em Barcelona no final de 2009 e que percorreu outras cidades europeias durante 2010. Em 2010 foi curadora de New Realisms: 1957-1962: Object Strategies between Readymade and Spectacle, no MNCA Reina Sofia, Madrid. Recentemente Robinson editou um novo volume de escritos sobre John Cage para os October Files da revista October e que foi publicado pela MIT Press em 2011.
16h performance Margaret Leng Tan
The Art of Toy Piano – Obras de John Cage, Phyllis Chen, Philip Glass, Erik Griswold James Joslin, John Kennedy, Stephen Montague, António Pinho Vargas e Naftali Schindler.
Margaret Leng Tan é um portento na cena avant-garde Americana e uma das intérpretes da música de John Cage mais proeminentes. Considerada pelo The New York Times como “a rainha do toy piano”, Tan tem elevado o humilde brinquedo ao estatuto de um verdadeiro instrumento. O seu minúsculo teatro-musical feito de nostalgia e humor tem encantado audiências por todo o mundo. Neste concerto, intitulado “The Art of Toy Piano”, Tan irá interpretar obras de John Cage e dos seus “filhos espirituais”, aqueles que se inspiram no seu espírito aventureiro na escrita de obras para toy piano e outros brinquedos.
Website: www.margaretlengtan.com
/11 março
17h conferência Tom Hannes
O performer belga Tom Hannes (1970) é Mestre em Literatura sobre a poética de John Cage e tem usado inúmeros textos de Cage em performances, nomeadamente Empty Words, Chauncecleer, A Medieval Circus on the Canterbury Tales e Lecture on Nothing. Hannes é um monge Zen e é escritor.
18h performance Alison Knowles, Taketo Shimada
Alison Knowles é uma artista visual conhecida pelos seus trabalhos sonoros, instalações, performances, publicações, assim como pela sua associação ao Fluxus, o grupo experimental do qual foi membro fundador em 1962. Knowles era uma amiga muito próxima de John Cage e editou o seu livro Notations, publicado pela Something Else Press em 1969. O seu trabalho foi mostrado recentemente na Tate Modern em Londres and no MoMA em Nova Iorque, onde Knowles vive e trabalha.
Website: www.aknowles.com
Taketo Shimada é músico e artista. Shimada cresceu em Tóquio e vive em Tockaway Beach em Nova Iorque. Shimada fundou o Messages com Tres Warren e o seu segundo LP pela Stijl records será lançado ainda em 2012.
Website: www.http://destijlrecs.com,
Comissariado: Julia Robinson, João Simões e Christian Xatrec
João Simões (n. 1971, Luanda, Angola) “Os trabalhos de Simões mostram-nos que a atitude mais comum é a de desconhecimento completo, isto é, a arte contemporânea não pergunta por aquilo que a concebe; ela não pergunta pelas coisas sem as quais ela mesma não existia. E é precisamente neste desconhecimento, na revelação deste desconhecimento, que os trabalhos de Simões alcançam uma incontornável pertinência. Sem dúvida, não é necessário indagar acerca da linguagem para se escrever livros, nem tão pouco indagar acerca de projectores e aparelhos de vídeo para se fazer obras de arte contemporânea. Mas a apresentação de um trabalho que nos revela a matéria como um inimigo material invisível, na concepção de uma obra, é um trabalho que assume um lugar muito próprio na arte contemporânea. Dir-se-ia, o lugar da matéria.” (Paulo José Miranda, 2004 em Da Matéria).
Website: www.00351.org
Christian Xatrec vive e trabalha em Nova Iorque. A sua práctica artística pode ser melhor descrita como investigação teórica sem o constrangimento da ideia de produção como mercadoria. Xatrec é o director da Emily Harvey Foundation baseada em Nova Iorque – e também em Veneza – onde nos últimos 5 anos tem vindo a desenvolver um considerável e ambicioso programa artístico igualmente afastado dos ideais mercantis dos circuitos artísticos do mundo da arte.
Artistas convidados: Alison Knowles, Margaret Leng Tan, Taketo Shimada, Tom Hannes
Obras de: John Cage, Andy Warhol, Henry Flynt, George Brecht, Buckminster Fuller, Simone Forti e Allan Kaprow
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Texto em http://www.centroaaa.org/index.php/category/exposicoes