A discussão existencialista sobre se estamos sozinhos no universo, se existe vida depois da morte ou se existe uma entidade superior à qual possamos chamar deus, cabe toda nos oito temas do disco Scope, que os Paraguaii lançaram há um mês.
Há um ano, o grupo, ainda em formato trio, começou a lançar burburinho, ao mesmo tempo que apresentava um primeiro disco, ao qual chamaram Isto é um Pré-Release. Nesses cinco temas (quatro e meio, para ser mais rigoroso) mostravam ao que vinham e descreviam à partida todo o imaginário de que se iriam apropriar.
Em Scope, o tal conjunto de oito temas lançado nos finais de Março, há todo um apuramento estético que empurra o agora quarteto para um domínio muito próximo de sonoridades praticadas em décadas passadas. O cartão de visita que é “Why Should We Think” dissipam todas as dúvidas que pudessem persistir.
Paraguaii começou por ser o projecto de Giliano Boucinha, Zé Pedro Correia e Igor Gonçalves. A eles se juntou Rui Souza, o quarto elemento que faltava para garantir todos os ambientes boreais com que se faz o som da banda.
Para um projecto musical com pouco mais de um ano seria arriscado lançar longos prognósticos. O que sabemos, tendo em conta aquilo que nos é dado e sem necessidade de inferir o que quer que seja, é que a banda de que aqui falamos é hoje um concentrado de talento, que promete hoje mais do que quando os conhecemos. E isso, é sabido, é sempre um bom começo.
Para conferir o que aqui se escreve convidamos os Paraguaii para a festa de apresentação e lançamento do ÓCIO, que decorrerá na sede do Cineclube de Guimarães, no sábado, 30.