O grupo de hip hop Orelha Negra regressou a Braga para a apresentação dos novos temas que compõem o álbum da banda, com edição marcada para o segundo trimestre deste ano. O concerto de sexta-feira provou que se pode ouvir hip hop sentado.
Um concerto sentado. Um cenário improvável para um bom concerto de hip hop. Mas Orelha Negra regressou e mostrou, na passada sexta-feira, que afinal é possível levar a sua música às clássicas nacionais sem desiludir. Sam The Kid, Dj Cruzfader, João Gomes, Francisco Rebelo e Fred juntaram as mesas de mistura à bateria, à guitarra elétrica e às teclas para apresentar os novos temas que vão compor o novo álbum da banda, com edição marcada para o segundo trimestre deste ano.
Mas nem só de novos temas se fez o concerto no Theatro Circo. Na sala principal, ouviram-se o épico “Throwback” e “M.I.R.I.A.M”, que fizeram a plateia relembrar os bons velhos tempos de Orelha Negra. Como esperado, “21:27”, “22:14” e “A Sombra”, músicas recentemente divulgadas pela banda, fizeram parte da playlist da noite.
Mas foi com “Since you’ve been gone” que a presença do público mais se fez notar. O tema, que conta com a voz de Orlando Santos, juntou a voz de soul com o som de Orelha Negra ao qual se uniu uma onda de assobios.
Com um jogo de luzes a combinar com a batida provocada por samples, snares, loops e scratches, Braga assistiu ao reencontro de Orelha Negra aos palcos nacionais. O grupo aproveitou para introduzir uma sample de “Try a little tenderness“ de Ottis Redding que provou que afinal a boa música se faz de grandes artistas e de memórias de outros às quais se juntam a criatividade enrolada nas mesas de mistura.
A banda despediu-se com “A cura”. O rap foi pouco. O scratching demasiado. A bateria de Fred fez a noite. Orelha Negra é um grupo de palco, e é aí que está bem.