Homem em Catarse: por esse rio acima

homem em catarse

É das margens do Rio Cávado que emana grande parte da essência de Homem em Catarse, projecto de Afonso Dorido. Muitas das referências que ouvimos no seu trabalho são facilmente identificáveis, desde logo pelo título dado ao segundo registo – Guarda-Rios.

Homem em Catarse estará na festa de lançamento do ÓCIO, numa ocupação pacífica da sede do Cineclube de Guimarães. A apresentação está marcada para as 17 horas de sábado, 30 de Abril.

É junto do Cávado que emergem muitas das ideias transpostas para as músicas que Afonso Dorido desenha, com grande sensibilidade, recorrendo à sua guitarra. O permanente correr das águas é fonte de renovados motivos de inspiração dos seis temas que compõem o disco de 2015. Há em Guarda-Rios a assunção de uma tranquilidade que tanto inquieta como descansa.

O disco parte do conceito de uma construção que se repete de cada vez que se ouve. O tempo de duração dos seis temas vão crescendo, assim como a densidade instrumental o que é uma metáfora musical para a formação e o curso de um rio, desde a nascente até à foz.

Além do Cávado, há outras referências de espaço como em “Covilhã (em Maio)”, onde se retrata o poder da montanha, tal como o recordamos de uma descrição feita por Vergílio Ferreira; ou então a capital francesa em “Teremos Sempre Paris”, num retrato de solitude num mar que pode ser de muita gente.

Afonso Dorido é também guitarrista e voz dos barcelenses Indignu. O seu percurso começou porém pelo punk, vai para década e meia. Com propósito de buscar algo mais pessoal e para uma mais completa catarse, decidiu lançar-se sozinho. Em 2013 editou um primeiro EP sob a designação Homem em Catarse. Guarda-Rios foi apresentado cerca de dois anos depois.