Depois de uns dias de sol e calor a agourar um verão que teima em não vir, a chuva instalou-se no sábado. Felizmente, no Café Concerto do Centro Cultural Vila Flor esperava-nos um concerto que prometia embalar-nos em sons acolhedores e aquecer corações.
À meia noite em ponto, os Minta & The Brook Trout entraram em cena, para nos apresentar o seu mais recente álbum Slow, sucessor de Olympia (2012). Há dez anos que Francisca Cortesão veste a pele de Minta. Com The Brook Trout, a produção divide-se com Mariana Ricardo e completa-se com o talento de músicos como Bruno Pernadas, Tomás Sousa e Margarida Campelo.
Foi com uma mão cheia de músicas de Slow que Minta & The Brook Trout se apresentaram num Café Concerto muito bem composto. Sand, Light Blue Blues, Plaid and Denim, Colin Call, Holy Trinity e In Spain surgem sem interrupções e dão continuidade à sonoridade a que já estamos habituados da banda. Canções melódicas com composições muito interessantes e letras ora envoltas em vicissitudes e profundidade, ora em temas comuns e familiares.
Mas o repertório não ficaria só por temas novos. E assim surgem do disco Olympia, a belíssima Falcon, seguindo-se de Blood and Bones, Future Me e The Right Boulevards.
Já no fim da noite, Francisca Cortesão revela a felicidade de estar a tocar em Guimarães, sendo a segunda vez que a banda estava a apresentar o disco fora de Lisboa. Segue-se o tema I Can’t Handle the Summer e ficamos a perceber que foi Minta quem trouxe a chuva a Guimarães. Do homónimo de 2009, primeiro álbum da banda, surge Large Amounts, que segundo Cortesão, é a música mais antiga que a banda tem tocado nos concertos.
Apesar do público mais recatado não se aproximar do palco como Cortesão havia pedido, houve direito a encore, Bangles e A Song To Celebrate Our Love. O amor foi celebrado, não numa só canção, mas em dezassete. E tão bem que nos fez sentir.