Memória de Peixe: No Mundo da Fantasia

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Ao pesquisar por Memória de Peixe no Google reparámos que já não havia notícias do duo há muito. “Himiko Cloud” sai agora após um debute que data já de 2012. Novidades, além da música, é o nome de Marco Franco, que toma o lugar do assento atrás da bateria.

ÓCIO – O vosso primeiro disco, de 2012, tocou bastante na rádio e teve eco na crítica. Ficaram surpreendidos?
Miguel Nicolau – Se ficámos! É extremamente gratificante saber que o que estamos a fazer é de alguma forma bem-vindo. Na verdade, nunca iremos tomar nada como dado adquirido e as pessoas gostarem do nosso trabalho é e sempre será um factor fundamental para continuarmos a produzir mais música. Nunca deixaremos de nos surpreender.

Em 2014 fizeram parte de uma lista da revista Les Inrocks que vos incluía na “riqueza insuspeita da nova música portuguesa”. Qual é a sensação de descobrir que estão a ser observados de fora do país?
É fantástico. E face à grande qualidade e quantidade de música diversa no nosso país nesta altura, poder fazer parte dela é um orgulho e dá-nos alento para acreditar que o que fazemos tem algum valor. Há uma grande variedade e singularidade na música Portuguesa e é muito bom saber que estão cada vez mais atentos e mais dispostos a arriscar.

Havia uma grande espontaneidade que soava do disco e que depois tinha correspondência ao vivo, numa simbiose entre o rock e o jazz. Este álbum que estão agora a lançar é muito diferente?
Neste disco houve uma preocupação mais imagética e por conseguinte alterou um pouco o método de composição: acabámos por criar histórias decorrentes num mundo de aventura e fantasia antes de fazermos a música. Trabalhámos na maior parte dos temas com essa restrição tendo na mesma a preocupação em manter de alguma forma o formato canção. Talvez o disco tenha resultado em pequenas-bandas sonoras em formato canção. Porém, a exploração dessas ideias musicais nasceram precisamente dessa simbiose e desse lado orgânico que quisemos simultaneamente realçar neste disco. Explora imaginários mais densos, mais exploratórios, e em certos casos mais caóticos.

E como descrevem esse imaginário associado a “Himiko Cloud”? Também tem sido descrito como uma viagem cósmica.
Ainda não encontrámos uma frase que explicasse melhor o imaginário que esta: “It’s a fantasy world, made of adventures, final bosses, super-heroes, lonely comets and angry quarks falling in love with dead pixels”. Tudo gira em torno de Himiko – o peixe cósmico e todas as histórias e aventuras que o rodeiam e envolvem directa ou indirectamente.

Daqui a quanto tempo voltaremos a ouvir falar de Memória de Peixe?
Sai esta segunda-feira, dia 17 de Outubro. O concerto de apresentação será em Lisboa no dia 4 de Novembro (Musicbox), onde teremos disponível uma versão limitada em vinil com as pinturas de Carlos Gaspar, criadas para ilustrar todo este imaginário.