Bed Legs entre o champagne e a cerveja

Foi entre o champagne dos engravatados e as cervejas dos rockeiros que Black Bottle, primeiro álbum da banda Bed Legs, lançado em janeiro, pisou o pequeno palco do Theatro Circo Café. A noite de comemoração do 101º aniversário do teatro bracarense, que começou na Sala Principal com o Coro Académico da Universidade do Minho (CAUM), vestiu-se de uma mistura de rock e soul a partir das 23h30.

O concerto começou com um aviso do vocalista Fernando Fernandes: “Estamos num concerto de rock”. O som afinado fez soar “Road Again”, primeiro tema da “garrafa negra”. E o público não se conteve. Entre gritos e assobios, Bed legs iniciavam o seu tributo ao espaço cultural de referência da cidade.

Tiago Calçada rapidamente arranhou as cordas da sua guitarra para introduzir “Vicious”. O bolo de parabéns tinha acabado e os engravatados já não se viam. O concerto foi só para os filhos do rock, onde os típicos movimentos frenéticos do vocalista não faltaram.

O silêncio tomou conta da sala para introduzir “Love Lies & Love”. Fernando Fernandes, antes que a primeira nota da bateria saltasse, deu uma pista: “é uma música que fala de amor, o que às vezes é complicado”. O baixista Hélder Azevedo rapidamente interveio para dizer que “são todos assim”. E continuou: “está aí a minha namorada?”.

O tema “Black bottle” foi a música de parabéns ao Theatro Circo. Um brinde de cerveja na mão ao som de uma composição com traços vincados de soul e rock e com um solo de Tiago Calçada que fez o público perceber o aviso iniciar do vocalista.

O rock’n’roll tomou o palco com “Wrong man” e “My Heart Back”. Já perto do final, Fernando Fernandes aconselhava: “não é ir para o ginásio. Criem bandas. Isso é que faz soar”. E foi no meio de uma sala coberta de “minis” e camisola soadas que o tributo dos Bed Legs acabou. A festa partiu para o segundo andar ao som da música eletrónica de Terzi.