B Fachada: “a malta paga para o vir ver”

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Autor de uma longa discografia, que teve o seu início vai para dez anos, B Fachada é um homem cheio de singularidades. Num país pequeno, essas características tornam-se ainda mais evidentes. São, de resto, as idiossincrasias de um país como o que B Fachada habita que são usadas nos seus textos – sempre plenos de um vigor sarcástico e de um humor por vezes incompreendido e inquietante.

Desde 2007 assinou alguns EPs, apesar de só em 2009 se ter tornado mais notável a presença da B Fachada. É com “Um Fim-de-Semana No Pónei Dourado” que é dado o alerta e Bernardo Fachada torna-se num dos nomes do movimento gerado em torno da editora Flor Caveira, no dealbar de um nova década. Desse mesmo movimento fracturante relativamente ao instituído estavam também Samuel Úria, Tiago Guilul e os Diabo na Cruz, dos quais B Fachada fez parte nos dois primeiros registos do agrupamento.

Depois de editar com uma cadência regular de um ano, B Fachada anuncia, em 2012, o afastamento dos concertos e dos discos. Este anúncio surge depois de “Criôlo” ter recebido críticas pungentes e de o cantautor ter lançado um EP sugestivamente intitulado “O Fim”. “Quantas bocas cantarão/ Quando eu estou fora/ Toda a gente me adora” – cantava no tema título do derradeiro EP, como que a querer pronunciar a vontade de deixar o seu próprio corpo por momentos.

O regresso deu-se em 2014 para mais um disco, homónimo, que inclui seis temas, ouvindo-se aqui algumas razões para regresso: “Gastámos a flor da vontade/ a preparar um come back/ Afogam-se as velhas vaidades/ em saudades do prec”. B Fachada precisou de algum tempo para reencontrar velhas referências e para lhes dar renovado significado. O compositor esteve recentemente no Palco Vodafone do Rock in Rio, onde tanto valeram as palavras cantadas como as ditas em conversa, durante a afinação da viola.

A abrir a noite de mais um concerto do 48/20 estará Éme, que tem tocado com frequência nas mesmas datas de B Fachada e que virá a Fafe apresentar o alinhamento do seu último disco “Último Siso”, lançado em 2014. Este disco contou com colaborações de Benjamim e do próprio B Fachada, que também produziu o disco.

Este será o quarto concerto no alinhamento da segunda edição do 48/20 – Ciclo de Cantautores de Fafe. Antes, passaram pelo Teatro Cinema de Fafe: Márcia e Samuel Úria, num concerto conjunto; Il Tempo Gigante, projecto do compositor dinamarquês Rolf Hansen; e Kristin McClement, que abriu o ciclo.

O ÓCIO tem bilhetes duplos para oferecer. Para participar no sorteio sigam as instruções no nossa página Facebook.