5 perguntas a Matthew Rutter, líder dos Sly and the family drone
Não é raro ver Matthew Rutter chegar ao fim dos concertos em roupa interior, depois de pular entre baterias e amplificadores. A fisicalidade que o líder dos Sly and the family drone empresta às suas performances ao vivo é uma das principais marcas desta banda que chega da cena “noite” do Reino Unido para tocar em Guimarães. Sly and the family drone tocam este sábado, no CAAA, num concerto que serve de “warm-up” do ciclo Soirée, organizado pela Revolve, ao qual o ÓCIO se associa.
ÓCIO – É a primeira vez que tocam em Portugal? Quais são as suas expectativas para este primeiro contacto com o público português?
Matthew Rutter – Esta é a nossa primeira vez em Portugal. Estamos em turnê com um grande amigo e guitarrista incrível, Stef Ketteringham. Tínhamos feito uma digressão com sua banda anterior Shield Your Eyes e é uma grande honra e um prazer poder continuar a ser capaz de percorrer lugares novos. Estamos animados por tocar para o público português e ansiosos por termos alguns bons espetáculos.
Para as pessoas que não conhecem a vossa música, como podem descrever Sly and the family Drone?
Acho que é bastante estranho tentar descrever a nossa música, mas um monte de pessoas usam palavras como “ritmos de ruído improvisados”. Nós usamos várias baterias acústicas e processamos o som acústico eletronicamente, através de um uso errado dos pedais de efeitos da guitarra e outras transformações.
O nome da banda tem alguma coisa ver com Sly and the Family Stone, a banda norte-americana dos anos 60 e 70? Por que escolheram esse nome?
O nome apareceu no tempo em que eu estava a fazer concertos a solo, fazendo uma monte manipulações de gravações, influenciadas por sons de drones. Os meus primeiros concertos foram agendados com este nome e a brincadeira, que não era muito engraçada para começar, acabou por ficar.
Ouvi os vossos discos e também vi alguns vídeos de espetáculos ao vivo e a energia é bastante diferente. Você têm mais liberdade ao vivo? O que podemos esperar, enquanto público, do cosso concerto?
Os nossos concertos mudam geralmente de cada vez que tocamos. A natureza das improvisações permitem-se mudar “lineups” e adaptar o nosso som. Nesta “tour” estamos a tocar como duas partes de bateria e electrónica, embora geralmente toquemos com três ou quatro elementos. Atiramo-nos sempre para o chão, cercados pelo público. Sinto que há uma fisicalidade imediata com esta configuração, que nos permite interagir com as pessoas.
Como é a cena interdependente no Reino Unido nos dias de hoje? Existem muitas bandas novas?
Acho que a música independente e “underground” está de boa saúde no Reino Unido neste momento. Durante algum tempo havia ameaças constantes de promotores imobiliários que tentavam fechar pubs tradicionais o que tirava espaço para as bandas tocarem. Mas nos últimos anos surgiram espaços independentes como o New River Studios e o Espaço DIY em Londres e o Wharf Chambers em Leeds, que oferecem espaços alternativos para tocarmos, o que é muito bom ver. Algumas grandes bandas de que gostamos e com quem já tocamos são Nitkowski, Guncleaner, Palehorse, Rattle, Bambu ou Sweet Williams & Liberez.
E a cena “noise” consegue atingir o público do Reino Unido?
Seguindo a resposta à tua pergunta anterior, acho que existem muitos bons lugares no Reino Unido que programam bandas muito interessantes e diversificadas.