Rever a Cidade é a terceira exposição do Ciclo Reimaginar Guimarães, o projeto da Área de Cinema e Audiovisual de Guimarães 2012 inteiramente dedicado à fotografia. Precedida das exposições A Cidade da Muralha e O Fotógrafo Martins Sarmento, desta vez a equipa do Reimaginar propõe a Inês d’Orey e Carlos Lobo um exercício de refotografia da cidade a partir de imagens da Colecção de Fotografia da Muralha, seleccionadas por Eduardo Brito, comissário das exposições.
O Reimaginar iniciou-se antes do arranque oficial do programa de Guimarães 2012, com o início das digitalizações da Colecção de Fotografia da Muralha. Depositados no Arquivo Municipal Alfredo Pimenta, estes negativos em placas de vidro e em filme são cuidadosamente limpos, digitalizados em alta resolução e posteriormente arquivados, num processo de catalogação rigoroso, que procura datar, localizar e classificar as imagens de forma a poderem ser, posteriormente, consultadas na Internet através do website do projecto, que será lançado no final de 2012.
A Cidade da Muralha | Foto © Cláudio Rodrigues
A Cidade da Muralha, primeira exposição, apresentou uma selecção de imagens de Guimarães com mais de 50 anos, pertencentes à Colecção da Muralha, tendo inaugurado nos últimos quinze dias de 2012. O catálogo da exposição, lançado durante a inauguração, esgotou meses depois. O Fotógrafo Martins Sarmento, segunda exposição do projecto, desligou-se temporariamente da Colecção de Fotografia da Muralha para visitar outra colecção fotográfica vimaranense, pertencente a Francisco Martins Sarmento. Desta vez, além das imagens da exposição, o catálogo edita, pela primeira vez, os Cadernos de Fotografia de Martins Sarmento – um diário que relata, passo a passo, todo o seu processo e resultados da sua aprendizagem da fotografia.
Foto © Francisco Martins Sarmento
Regressando à Colecção de Fotografia da Muralha, Rever a Cidade propõe o exercício da refotografia a dois fotógrafos que conhecem bem Guimarães, e que por isso exploram o ponto de partida para além do convencional exercício de exactidão. Inês d’Orey e Carlos Lobo apresentam a sua própria perspectiva das imagens da Colecção da Muralha, com registos do mesmo local dezenas de anos após a fotografia original. E o resultado é surpreendente.
Rever a Cidade | Foto © Jorge Matos
A exposição, patente no CAAA Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura até 7 de outubro, apresenta as imagens refotografadas presas directamente à parede, desprotegidas, de uma forma tão tangível como a possibilidade que cada um de nós tem de se dirigir aos locais fotografados e tocar nas coisas. Isto não justifica, claro, que se toquem nas imagens expostas. Frente a frente, Inês d’Orey e Carlos Lobo – as fotografias de…, entenda-se – cruzam-se com as imagens antiquíssimas da Colecção, o ponto de partida para este trabalho, dispostas em mesas que ocupam quase todo o interior da galeria, e pelas quais é possível percorrer lugares que, em alguns casos, parece que já nem existem.
Tal como nas exposições anteriores, o catálogo da Rever a Cidade permite levar para casa mais um capítulo deste ciclo, e será lançado no próximo dia 4 de outubro, pelas 18h30, no CAAA Centro para os Assuntos da Arte e Arquitectura. A exposição tem entrada gratuita, e pode ser vista todos os dias das 14h30 às 19h.