Fotografia na outra capital

O Museu da Imagem de Braga acolhe, até 13 de Maio, o trabalho do americano William Greenfield.

Os 12 quilómetros que separam ambas as capitais – a da cultura e da juventude – valem a pena ser percorridos, para passar os olhos pelo trabalho deste fotógrafo.  E visitar o espaço que o acolhe, sede dos Encontros de Imagens.

Independentemente do resultado fotográfico final, pareceu-me interessante – em primeiro lugar – que Greenfield use aparelhos baratos e pouco precisos. As câmaras baratas, descartáveis e de foco livre são as suas armas para imortalizar frames de realidade muito particulares. Como se nos mostrasse pequenos momentos do seu dia-a-dia. Entre dois pestanejares. Pelo meio poetiza o erro e o acaso analógico.

William Greenfield mostra-nos fotografias muito reais. Distanciam-se do perfecionismo plástico de imagens que nos mostram detalhes do quotidiano, que os nossos olhos não veem (nem sentem). É quase uma afronta, quando todos os dias nos tentam vender milhões de pixeis de qualidade e materiais tão potentes, que temo que estejam a um passo de ser nucleares.

Os seus quadros fotográficos são mais plásticos, do que representativos. Às vezes parecem um sonho, outras só uma pincelada de cor(es) e, quase sempre, um pequeno fragmento de um momento – como todos são – transitório.

Interessante para não esquecer – mesmo que tenhamos nascido na era digital – que a fotografia não passa apenas pela tecnologia.

Título da Exposição – OPEN
Autor – William Greenfield
Datas: de 31 de Março a 13 de Maio