“É um filme português… mas é bom!”

Se até ontem alguém me tivesse dito que eu iria ter de usar uma designativa de oposição “mas” entre o obejcto “filme português” e o qualificativo “bom” como argumento para tentar convercer alguém a ir ao cinema, eu responderia sem qualquer hesitação: “Jamais!”

Pois bem, aconteceu ontem! Num esforço desesperado para convencer uma amiga a ir ao próximo filme a ser exibido pelo Cineclube de Guimarães, ouvi sair da minha boca essa tamanha heresia… “É um filme português.. mas é bom!”

O filme em causa é Em segunda mão, a mais recente longa-metragem de Catarina Ruivo que chega finalmente ao circuito comercial. Estreada no Indie Lisboa 2012, onde não entusiasmou muito a crítica nem o público, estre drama tragicómico em jeito de thriller com apontamento almodovarianos acompanha o vazio quotidiano de Jorge, um escritor de romances eróticos que se esconde atrás de um pseudónimo, que conhece uma aparente e efémera felicidade ao lado de Laura, uma mulher assombrada pelo desaparecimento misterioso do seu marido.

Como um dos principais argumentos de persuasão, o filme conta com a interpretação do enorme Pedro Hestnes, um rosto e um corpo inesquecível no cinema português que faleceu poucos meses depois da rodagem deste filme.

Não se trata de uma obra-prima do cinema português. Mas como diria Paulo Emílio Salles Gomes a propósito do cinema brasileiro, aprendemos muito mais sobre nós e o que nos rodeia com o pior filme nacional do que com o melhor filme estrangeiro!

Todos ao CCVF! Hoje, às 21h45.