A imagem não é a mais elegante, mas é a mais eficaz: houvesse um “clube de fãs” de cada realizador e Max Ophüls teria o mais impressionante da história do cinema. Na promoção de “Django Unchained”, Quentin Tarantino revelava a influência dos filmes de Ophüls. João Pedro Rodrigues coloca “La Ronde” e “Madame de…” empatados em décimo lugar no “top ten” que seleccionou para a “Criterion”. Todd Haynes considerou “The Reckless Moment” um dos seus dez filmes favoritos de sempre. E Paul Thomas Anderson refere-se a Ophüls como “grande” e “mestre”.
Mas esta é uma devoção que vem de longe. A geração fundadora dos “Cahiers du Cinema” foi um importante um núcleo de entusiastas dos filmes deste realizador, sobretudo depois da conturbada recepção a “Lola Montès”. Mais ou menos na mesma altura, Stanley Kubrick descobriu as obras de Ophüls, partilhando com os cineastas franceses da Nouvelle Vague a mesma admiração pela elegância ophulsiana, que se concretizada no cuidado posto nas decorações luxuosas, nos cenários faustosos e, sobretudo, no recurso a complexos e constantes movimentos de câmara.
É por isso estranho que não encontremos tão frequentemente as obras de Ophüls ou os seus filmes nas constantes listas dos “melhores de…” ou nas prateleiras das lojas que nos ajudam a encontrar-nos com a história do cinema. Sobretudo porque, na obra ophulsiana, há filmes (22 ao todo) capazes de agradar a públicos diferentes.
É um pouco isso que tentamos fazer no primeiro número da nova publicação do Cineclube de Guimarães (editada exclusivamente online) que é apresentada esta quinta-feira, dia 18, na sede da associação, com projecção de excertos de obras do realizador franco-alemão. Passem por lá. E depois façam o download aqui.