A film of powerful simplicity, and that’s a rare quality in movies

É assim que Martin Scorsese resumo Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette), um filme de 1948 que sobreviveu à sua época e parece, preocupantemente, cada vez mais actual.

A história do filme é relativamente simples:  um desempregado a quem roubam a bicicleta, necessária para o seu recente trabalho, inicia uma desesperada procura pela bicicleta roubada na companhia do seu filho. A história é simples, mas o seu alcance é muito humano e sociológico ao constituir-se, com o passar dos anos, como uma comovente e lúcida crónica da Itália em crise no pós-guerra, um exemplo do melhor cinema neo-realista italiano.

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A realização é de Vittorio de Sica, um actor de reconhecido mérito em dezenas de filmes, que teve um percurso cheio de êxitos na realização (venceria três Oscar para melhor filme estrangeiro: em 1946 por Vítimas da Tormenta, em 1948 por Ladri di Biciclette, e em 1971 por O Jardim dos Finzi-Contini).  Mas muito do mérito do filme é partilhado com o seu argumentista, Cesare Zavattini, que trabalharia ainda com Antonioni, Visconti, Rossellini, Risi, Monicelli e outros nomes maiores do cinema italiano e europeu.

Hoje, às 22h, no Cinema em Noites de Verão, o Cineclube de Guimarães oferece mais uma oportunidade rara para ver o filme em tela de cinema.