A better life, a wider public…

O que é que se devia dizer a quem diz que não vai ao cinema, ao teatro, a concertos e outras coisas que tais porque são caros, depois de encontrar as salas de espetáculos gratuitos vazias ou perto disso? Aconteceu ontem no São Mamede. E o filme não era propriamente um produto para intelectuais e outra fauna alternativa. Não. “A Better Life” é um filme que faria chorar as pedras da calçada há uns anos atrás, mesmo não sendo um dramalhão tipo “Love Story”. Hoje, dão-me mais pena as cadeiras vazias que a história que nos é derramada olhos adentro.

Quando foi para ver o “Amor de Perdição” de Manoel de Oliveira, com presença do próprio, contavam-se pelos dedos os corajosos que se predispunham a avançar na loucura de quatro horas de filme, e isso é quase compreensível. Mas num filme destes, acessível a qualquer médio consumidor de cinema, a custo zero, é questão para perguntar o que é que se passa de errado. Será, como se diz sempre a falta de divulgação? Tenho as minhas dúvidas.

Passem um filme que diga Angelina Jolie, algures e vagamente, na ficha técnica e façam apenas o mínimo essencial de publicidade e vejam a sala a encher-se de comedores de barulhentos rebuçados, à falta de pipocas (sem juízos de valor, que também as como quando as há). E depois digam-me que o Star System é coisa dos anos 40.