A “biblioteca” (aspas minhas) mais pequena do país abriu há poucos dias em Barcelinhos, instalada numa cabine telefónica do parque ribeirinho a sul do Cávado. A iniciativa partiu da junta de freguesia de Barcelinhos e teve o apoio da Fundação Portugal Telecom, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Câmara Municipal de Barcelos. De facto as cabines telefónicas são cada vez menos necessárias (culpa dos telemóveis, que cada vez fazem mais coisas e em breve ainda substituem os livros em papel), e este tipo de solução permite-nos manter a sua utilidade, em benefício da população. Este é um projecto de PopUp Culture, que devia multiplicar-se pelas nossas cidades.
Na verdade, a cabine-biblioteca pouco mais é que uma “montra de alguns dos livros pertencentes à biblioteca da junta de freguesia”, mas ainda assim a iniciativa é interessante, por conseguir aproximar a leitura à ideia de lazer no espaço público, tirando-lhe o possível peso aborrecido e escuro da requisição na biblioteca, o sussurrar dos utilizadores, o horário de abertura e encerramento, etc. Iniciativas deste género são importantes para aproximar as pessoas da leitura, do conhecimento e do vício salutar de folhear um livro. Para algumas pessoas, provavelmente esta será a única forma de contactarem com um livro.
Já agora, o parque ribeirinho de Barcelos está localizado no Centro Histórico da Cidade e é um dos locais mais agradáveis para descansar, conversar e passear. Não estou certo de qual a oferta disponibilizada nesta estante, mas arrisco nas publicações periódicas (jornais e revistas, mais próximas do leitor) e em livros de poesia, claro. Afinal, uma ideia destas merece ser lida assim.